mardi, décembre 27, 2005

Love, actually

Vez em quando, porque ele é grande demais pra ser por mais tempo, mundim é perfeito.
Aí os oceanos se desdenham assim:

Lucio Boleskine Vassarath & Os Sovacos de Cobra Arkestra dit :
falamos amanhã
leticia dit :
beijo, love. bebe bastante
Lucio Boleskine Vassarath & Os Sovacos de Cobra Arkestra dit :
pode deixar

lundi, décembre 26, 2005

Supersize me, o ganso, tout le monde! C'est Nöel


O foie gras segundo a internet (ótimo texto):

Poucas pessoas sabem o que se passa por trás deste alimento tão caro e requintado. O foie gras (foie - fígado, gras - gordura), ou patê de fígado de ganso, é na verdade o resultado de uma prática desumana, que mostra a que ponto a crueldade do homem pode chegar. Os inocentes patos e gansos, a quem os fígados em questão pertencem, são submetidos a um processo que pode ser melhor classificado como tortura, com o objetivo de tornar seus fígados anomalamente engrandecidos e doentes, para que então alguns poucos possam saborear o resultado desta arte grotesca..A criação parece ser uma como outra qualquer durante os primeiros quatro meses de vida dos animais. É então que eles são levados para as pequenas gaiolas que serão suas acomodações durante as próximas e últimas semanas de sua curta vida. Um espaço de um metro por dois metros pode acomodar até doze animais. O motivo do confinamento é evitar que o pássaro se movimente, o que certamente seria um desperdício para o criador, pois sua intenção não é que o pássaro utilize o alimento que lhe está sendo dado para gastar energia com coisas tão fúteis como poder ao menos esticar suas asas ou dar um passo, mas sim que este alimento seja armazenado no organismo do animal na forma de gordura. Outra "vantagem" do confinamento é que o manuseio dos animais é facilitado..A alimentação dos animais é composta basicamente por carboidratos (maizena), adicionada de gordura de porco ou ganso para amolecer. Esta é uma dieta bastante desequilibrada para as necessidades das aves, visto que importantes nutrientes não estão sendo consumidos. Para fazer com que os animais consumam cerca de três quilos desta ração por dia, o que equivaleria a um humano consumir doze quilos e meio de macarrão por dia, é necessário utilizar uma técnica muito especial.
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A ave é segura entre as pernas do manipulador com seu pescoço estendido, permitindo a inserção de um grosso tubo de metal que chega a medir quarenta centímetros em comprimento. Estando a cabeça presa por uma peça de metal, um motor força o alimento (cerca de um quilo) garganta abaixo, levando-o ao pequeno estômago da ave. Alguns criadores utilizam-se de elásticos que são colocados em torno do pescoço para prevenir que a ave vomite o alimento. Esta tortura se repete três vezes ao dia durante um período de três a quatro semanas.
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É claro que o animal não considera esta forma de ser "alimentado" muito agradável. Durante o processo, as aves tentam escapar de forma frenética e não olham outra ave sendo alimentada, o que pouco lembra um ambiente natural, onde qualquer ave corre em direção a um alimento que lhes é oferecido ou atirado.
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Como resultado, as aves sofrem de variados problemas de saúde, como disfunções cardíacas, intestinais e rompimento das membranas celulares hepáticas. Muitos tornam-se incapazes de andar ou até mesmo ficar em pé. A introdução do tubo pode machucar o esôfago e causar deformidades nos bicos.
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Na verdade, foie gras não passa de uma doença do fígado voluntariamente produzida em animais inocentes. O fígado dos animais submetidos a este processo não são exatamente saudáveis. A coloração normal do fígado é avermelhada e pesa cerca de 120 gramas. O fígado consumido por aqueles que apreciam tal atrocidade é amarelo e lustroso, de aparência gordurosa, e pode pesar até 1.300 gramas, mais de dez vezes o peso normal.
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Além disto, um "bom" foie gras deve ter as marcas deixadas pela pressão que as costelas exercem contra o fígado visíveis no órgão, garantindo assim que o animal sentiu imensa dor durante os últimos dias de sua breve vida. A ave é abatida no mesmo local onde é criada, visto que esta provavelmente não sobreviveria ao transporte. Quando o fígado, estômago e intestinos são removidos, vê-se que o espaço por estes ocupado era muito maior que aquele planejado pela natureza, pressionando o coração e os pulmões e dificultando assim a respiração....
Trazendo 85% de suas calorias na forma de lipídios, em sua maioria gorduras saturadas (ácido palmítico), o foie gras não é um alimento saudável. Portanto, seu consumo, além de causar imenso sofrimento a animais inocentes e indefesos, também não é a melhor opção mesmo para aqueles mais indiferentes ao sofrimento alheio.


Pois eu não poderia estar menos comovida, pra derrota das minhas primas vegetarianas. Primeiro natal com um foie gras no prato, eu olhando pra ele, ele olhando pra mim, nós dois com muito mais comida no estômago do que Deus pediu, por dias consecutivos. Que importância tem nessas horas um detalhe pequeno como o livre arbítrio?

samedi, décembre 17, 2005

Coisas que me fazem amar o Evilyrics

Mistery Juice - Sean Lennon

She won't speak to me
Won't speak
And it's all my own fault
Baby, I'm afraid to let you know

They stole the show and towed the rowboat
Though slow
We're on the go like rabbits in the snow
Baby, I'm a lonely kind of man

Like a rapper with a forty in his hand
I can't stand
When you talk about that other man
Every day I watch the TV shows

It's getting so I know the shows hosts
I don't boast
Maybe I should try and make the most
I'm always biting more than I can chew

To loose the blues I choose to flew the coop
Who knew?
Is it news that you were out the loop?
Dreaming is a singing of the mind

And taste is like seeing to the blind

Powered by Itunes, que funcionou bonitinho mas enlenteceu o micro, Nuni.

E com isto, aposentadoria. Por algumas semanas.
Cansei de brincar de blog.
Falo contigo, contigo e contigo individualmente.

vendredi, décembre 16, 2005

fotolog

kombi

talvez eu estivesse pensando nisso aquela vez
ainda lembra Montevidéu

mercredi, décembre 14, 2005

Totem *1



Thank you, Lord, for giving me back the sun and warmth of this beautiful state of Louisiana.

dimanche, décembre 11, 2005

Às vésperas




Ma vie de famille était vraiment heureuse et stimulante sur le plan intellectuel - mais sans aucune aventure. Je n'avais jamais eu à me battre pour quoi que ce soit. Je connaissais beaucoup de gens sympathiques, mais presque tous étaient issus comme moi de bonnes et solides familles de la classe moyenne. A l'université, évidemment, je fréquentais des étudiants et des professeurs issus de cette même classe sociale. Je ne savais rien de quartiers pauvres (ni, en occurrence, des quartiers dorés). Je ne savais de la vie dans les usines, les champs ou les mines que ce que j'en avais appris das les livres. J'en étais arrivé à penser que j'étais un type vraiment dépourvu d'intérêt. A certains moments, cette sensation de médiocrité était devenue tellement forte que je n'arrivais pas à imaginer la moindre histoire à écrire. J'ai commencé à me dire que, si je voulais écrire quelque chose que en vaille la peine, je devais franchir les limites étroites de mon existence sociale d'alors.


p.313, posfácio do Street Corner Society (Le structure sociale d'un quartier italo-américain), de William F. Whyte.

jeudi, décembre 08, 2005

Mataram o homi


Tinha que ter ido lá hoje, eu sei. Lucio pediu, pô.
Algo de especial devem ter preparado para o dia.
Mas não rolou.
Preferi esperar e ir com alguém que curta também pra poder trocar figurinhas sobre a exposição e conversar na viagem de volta, já que é longe.
Hope you understand :)

mardi, décembre 06, 2005

Maldita maldição

Fui pedir emprego numa padaria. Na verdade, numa boulangerie, muito mais chique e artesanal e engordante, mas enfim, padaria é uma palavra que traduz.
Eu já estava sabendo que eles precisavam de uma atendente pra parte da manhã, era pra eu ir falar com o padeiro. Mas quando cheguei, era a senhora padeira que estava lá.
Demorou quinze minutos pra vender dois doces. Realmente, precisam de alguém aqui, pensei.
Pergunto só pra começar a conversa, a resposta era sabida:
- Bonjour, vocês estão precisando de atendente?
...
- Não, no momento não.
Maldita maldição. Não esperava essa. Ela ainda deu aquela pensadinha antes de responder. Não olhou de cima a baixo porque aqui eles são discretos, mas usou a visão periférica.
Fui caminhando até o metrô procurando alguma coisa errada na minha roupa. Nem de tênis eu tava.
Botei a culpa no cabelo, óbvio. Tinta preta já!

dimanche, décembre 04, 2005

Beth me faz fechar os olhinhos


Autumn leaves
Beauty's got a hold on me
Autumn leaves
Pretty as can be
Everybody knows this time
Shadows are drifting in silence
Where lost can't be found
Everybody knows this time
You'll get by
Move it on and let fate decide
And those water-coloured memories
Soft as a summer's breeze
You're as pretty as can be
Knowing now you'll never fake it
Whether my oceans divide
I'll try to understand this
But everybody knows this time
Autumn leaves
Beauty's got a hold on me
Autumn leaves
Pretty as can be
Everyone can see
Everyone except me
Autumn leaves
Beauty's got a hold on me
Autumn leaves
Pretty as can be
Pretty as can be

(sand river. beth gibbons e rustin man)

nuni,

- porque o Evilyrics às vezes abre e não enxerga que o Media Player já está aberto? Fica pedindo pra eu abrir e não mostra letra nenhuma..
- o antivírus da Amanda, minha roomate, expirou. Ela pode baixar uma versão de grátis pelo E-mule?
- tá feliz, coração?


**espero que esses posts-recados não estejam irritando vocês poucos q passam por aqui. Mas é uma das vantagens de ter sido deslinkada de outros blogs. fica feio mas tbém fica mais íntimo.

Fab is fabulous


Eu tenho vizinhos legais, isso é fato. Resta saber quem, entre os presentes na festa que eu furei ontem, são eles. Paris é assim. Se não quiser ficar ouvindo o barulho dos exaustores nas ruas desertas depois do último metrô, a pessoa tem que tomar riscos. E foi um primeiro bom sábado. Seria simpático bater lá agora de dia pra ajudar a arrumar aquela cozinha desastrosa e chão que fazia shlep shlep de tanta bebida derramada, mas a gente era só alguéns que chegaram com outros alguéns que, ops!, não estão mais ali.
Mais cedo, empreitada tinha sido outra. Me debandei all by myself até o Parc de la Vilette, que é uma mega área verde-cultural conhecida por todo bom arquiteto pela sua “modernisse”. Lá, o último guardinha existente não ficou nem constrangido de me dizer “segue por ali que tu acha o Trabendo (o bar que eu procurava)”, e me mandou com essa frase prum caminho deserto de curvas arquitetônicas confusas, chão pra frente, chão pra trás, estruturas vazias e vivalma pra me tirar o nervoso de ser menina. Meia hora marchando. Os cretinos ainda colocam uma trilha sonora estilo Edward mãos de tesoura pra acompanhar o jogo de luzes de algumas árvores. Mas achei o Trabendo. Não se ouvia nada da rua e meu chalalá durou 30 segundos. Os Strokes estavam já mais pro fim de um showzinho muito aconchegante, pruma platéia cheia de groupies pululantes e carinhas que se davam ao luxo de sentar num sofá pra ouvir o som. E ele estava tão pertinho. Uns 10 metros só. Eu juro. Juro por tudo na vida que esta mancha vermelha é o Fab Moretti.


Acompanhando o italiano e o americano que eu conheci lá dentro pruma cerveja, acabei no mesmo lugar onde eu havia ido numa festa em julho, à beira do Canal Saint-Martin, vachement cool. Peguei o último metrô e aí o resto é o início da história.

jeudi, décembre 01, 2005

as dobrinhas da parede branca

Quanto tempo vocês gastam normalmente brincando de milionário?
Eu levantei da cama às 14h hoje.
Foi uma partida de dar gosto.

lundi, novembre 28, 2005

Você traz a comida, mas a panela é dela

Muito interessante os números secundários daquela pesquisa da OMC sobre violência doméstica.
No Brasil, o número das que apanham coincide com o número das que acham que os homens tem um motivo. E esse motivo é infidelidade. Uma a cada três apanham, uma a cada três dizem que um corno é motivo pra espancar.

Da Folha:
"Aproximadamente duas de cada três brasileiras entrevistadas dizem que não há justificativa para um homem agredir a parceira. Entre as que admitem motivos para a violência conjugal, a desculpa mais citada é a infidelidade."

Tem um pouco de lógica de guerra nisso. Um gênero escollhe se admitir em infração ao invés de se liberar, e com isso guarda um pouco de poder:

"Mais de 75% das mulheres pesquisadas no Brasil também afirmam que uma esposa tem o direito de se recusar a fazer sexo com o marido quando não está com vontade, quando está doente, quando ele está bêbado e quando ele a maltrata."

vendredi, novembre 25, 2005

Conselhos internos e individuais que prescrevem sem data indicada

Para que escrever se temos Clarice?
Hoje pela manhã acho que cheguei num ponto de maturidade e entendi que a Clarice é que deve ser delegada essa função.
Cada qual com as suas teclas de teclado, cada qual construindo o texto que veio aqui viver e dizer, mas só Clarice escrevendo.
Porque ela fala.
A gente, por mais que tente imitá-la, a gente só confessa. A gente não ganha nem estatuto de "nós".
É engraçado porque ainda que tão viva, penso nela sentada dentro de um apartamento, não mais do que isso.
E lembrei que vim pra cá sem nenhum livro dela.
Na verdade sempre tive medo deles, eles são como uma planta carnívora.

E chega de escrever sobre a escrita de Clarice, porque mais de sete linhas já é punheta.
Há de se crescer fora dela. Esse é o pensamento do dia.

jeudi, novembre 24, 2005

Vie de stagiaire

e não é que hoje os estagiários de Paris fizeram uma greve? Simbólica, mas fizeram. Pra reclamar de um verdadeiro "absurdo": as empresas aqui pegam estagiários pra fazer o trabalho de profissionais e assim reduzir os seus custos!!!!~
Coisa séria.

Não sei se aqui os estágios são não-remunerados, pelo que entendi falta uma regulamentação legal. O que não evita que toda a vez que vejo os franceses se levantando pelos seus direitos (com exceção dos queimadores de carros) me venha sempre a mesma palavra na cabeça: naïf.

mercredi, novembre 23, 2005

Jebs,


esse é o cabelo novo.
o outro dia a lisi disse que lembrou de mim quando uma velha entrou no ônibus, porque ela tinha "cabelo cor de nada".
Heheh, eu também já interiorizei essa imagem estranha.

just amenities (pq não inventar palavras?)

Complicado é ter só quatro calças no armário e manchar uma delas. Toda de rosa.
Por causa de uma blusa extrovertida que não avisou que estava debutando no sabonete.

E perder uma touca de lã na rua só pq se teve a idéia de pôr ela no bolso? Tampouco é legal, principalmente se restam apenas duas.

Ao mesmo tempo, o que é mais "Letícia" do que isso? Estava sentindo a minha falta nesta viagem, ainda bem que eu resolvi aparecer.
As calcinha pintadas de rosa, então, ficaram jóinha.

dimanche, novembre 20, 2005

save your money for the children

gastei o dinheiro que não tinha, mas valeu cada euro.

jeudi, novembre 17, 2005

Medo

Dois terços dos franceses apóiam o ministro do interior Nicolas Sarkozy.
Pesquisa feita por algum instituto de sondagem existente aqui, ouvi na rádio, de manhã.

mardi, novembre 15, 2005

VOCE, AMIGA, MULHER

sem saber o que fazer com essas malditas promoções de inverno?
as luvas que antes custavam 30 reais agora custam cinco mas não se encaixam no seu armàrio jà cheio de regatinhas? Nos temos a solução!
Compre tudo pra Lelé! A irmã dela està indo visità-la em janeiro e assim ela poderà usar todos esses articulos que ficariam mofando no seu armàrio até o proximo inverno porto-alegrense (que provavelmente serà uma fraude como os dois ultimos).
Ela fica quentinha e voce com aquela otima sensação de fazer compras a preços ridiculos!!

lundi, novembre 14, 2005

hoje deu

saudade das mingas.

dimanche, novembre 13, 2005

Sociologia internacional do spam

Recebi meu primeiro spam em francês e ele não fala de Viagra, nem de dívidas nem de trabalho em casa.
Quem escreve é um corrupto com alto cargo no governo da Namíbia, me oferecendo 10 milhões de dólares para eu guardar aqui na França a sua poupança de 52 milhões. Querelas políticas o impedem de deixar o dinheiro lá, já que o seu salário não passa de US$ 1 mil. Muito articulado, o senhor. Hihih

Bonjour
Je suis Hon Helmut Angula de la République du Namibie, etministre chargé de l’agriculture du gouvernement dirigé par leHifikepunye Pohamba. Je trouvé votre adresse en faisant des recherchesdans le répertoire commerciale que nous avons au niveau de la chambrede commerce de mon pays.Je voudrais me joindre vous dans unpartenariat, afin investir une somme de Cinquante deux millions dedollars obtenu en accumulant des dons de la part des Entrepreneursétrangers qui je octroi des contrats dans mon département. Je voudraisinvestir cette argent dans votre soit si toute fois mon offre vousintéresse.Etant membre du gouvernement actuel,je ne peux utilisé lesystème bancaire de mon pays, car tant défectueux. Et de plus cela m’attirerait de graves ennuis. Car mon salaire ne dépasse pas Milledollars.La situation ci-dessus a incité ma décision solliciter votrecoopération pour prendre en charge ces fonds sous votre garde, pouraprès l investissement. Pour votre aide et vos efforts, vous serrezlargement compensé car je vous réserverais une part gale Dix millionsde dollars.En premier lieu, je vous fait toutes mes excuses pouravoir pas par ce moyen pour vous contacter pour une affaire de cetteenvergure. Mais c’est cause de la confidentialité de ce moyen et aussiau manque de moyens de communications fiables dans mon département.Jecompte sur vous en tant que personne respecte et honte pour prendre encharge cette transaction avec sincérité, confiance et confidentialité.J'ai ci de chercher une coopération confidentielle avec vous dansl'exécution de l'affaire décrite ici en dépit du fait que nous ne noussommes jamais rencontrer je prier que vous garderez ceci comme secretmajeur en raison de la nature de cette transaction .Je m’arrangeraipour que vous entrez en possession des fonds tout en vous assurant unprocessus sans heurt. Je voudrais que vous me contactiez des laréception de ce courrier ou que vous , tout en m’indiquant vospossibilités et votre bonne volonté pour me permettre de vous donnerplus de détails.Cette affaire exige de votre part une attentionparticulière et uneconfidentialité absolue. Attends votre réponse cecourrier quelque soit votre décision.Je vous prie de croire en l’__ex-pression de ma plus grande considération.Salutations distinguee.
HonHelmut Angula

samedi, novembre 12, 2005

2 masculinos

o mundo
o moço

nem tão longe

Essa é pros amigos que quiserem mandar um alô palpável - confesso que viria muito bem. Presentes, cds e euros também são bem-vindos, claro. Meu endereço:
35, Avenue du Docteur Arnold Netter - 75012 Paris - France

Pra me achar no mapa, só por curiosidade, também é muito simples. Tem que fingir que o Sena é um lábio infeliz :( cortando a cidade ao meio. Aí a minha casa seria algo tipo uma pinta de Marilyn, à direita. Ótimo, né?
Sem o barato da metáfora: metrô Picpus, linha 6, sudeste.

Bonjour, je voudrais savoir si (xxxx)? Oui, non et pourquoi

Você precisa de um celular pra conseguir emprego, de uma conta no banco pra conseguir o celular, de uma carta de estadia para conseguir a conta no banco, de uma comprovação de domicílio pra conseguir aquela e, antes de tudo, de um domicílio.
Inverta um pouco esta ordem e você terá dois dias de pura loucura pelas ruas de Paris conseguindo nada mais do que informação, como foi o meu caso.

O fim dos tempos OU Deixa os franceses fazer o que quiserem

Passei, congelei e voltei. Ia me dirigindo pra fila da bilheteria da Fnac, onde pretendia comprar o ingresso pro show do Supergrass, quando perdi o chão por um instante. O setor “música do mundo” estava mesmo, indiscutivelmente, tocando Tati Quebra Barraco.

mercredi, novembre 09, 2005

Poittevin




Já fiz a macaquisse de incluir o meu nome francês no textinho para a Zero, escrito incialmente para o jornal de terça, e não de hoje. Na íntegra, ele era assim:

Tão longe, tão perto
Letícia González Poittevin
Paris

Pequena a ponto de poder ser atravessada a pé em apenas quatro horas, a Paris intramuros permanece tranqüila com o que ocorre ao seu redor, mesmo depois de 4.700 carros incendiados e da notícia de uma primeira morte possivelmente relacionada à revolta do subúrbio.
No metrô e nas calçadas, as discussões acaloradas sobre a violência que recrudesce nas banlieues, como são chamados os bairros periféricos, mostram que o pânico está longe de ser instaurado.
- Não acho que tenhamos grandes problemas no centro da cidade porque essas pessoas não se arriscam a atacar bairros que não conhecem – afirma o dono de uma banca de jornais da Boulervard Saint-Michel, na rive gauche do rio Sena. Morador de um bairro ao norte de Paris por 17 anos, ele se mostra simpático ao ministro do interior Nicolas Sarkozy, que tem causado polêmica usando termos como “faxina” quando se refere às medidas tomadas para controlar a crise.
Os clientes do jornaleiro, entretanto, reagem à simples menção da crise, não se importando em trocar farpas por 15 minutos com pessoas que nunca conheceram.
- Não podemos exagerar nem permitir que o ministro use esse tipo de termo – defende uma estudante de relações internacionais, ali para comprar uma revista Elle.
- É a guerra civil. Assim como Luis XVI, o governo não conhece a situação do seu país. Agora, é tarde demais – profetiza um funcionário de um cinema, que se diz um pacifista.
Entre os motivos, o cenário de uma urbanização excludente e da falta de emprego, criado em trinta anos de levas migratórias vindas de ex-colônias francesas, parece não justificar a rebeldia desses jovens sem perspectiva. Nos corredores da Sorbonne, muitos universitários classificam as ações do subúrbio como “violência gratuita”.
O jornal Le Monde, que nesta segunda-feira inaugurava o seu novo projeto gráfico, tinha ontem mais um bom motivo para lotar as ruas de vendedores ambulantes. No seu interior, uma reportagem acompanhava uma noite junto a um grupo de “incendiários”, dando voz aos protagonistas das barricadas. “É como um cão contra um muro, ele se torna agressivo. Não somos cães, mas reagimos como animais”, diz um dos sete jovens que depõe na reportagem, todos com nomes muçulmanos. Além da raiva por não receberem do governo estruturas de lazer enquanto a polícia tem reforços constantes de equipamentos, eles reclamam da falta de perspectivas. “O que quer eu faça? De cem currículos que enviei, consegui três entrevistas” diz um deles.
Acusadas de insulflar esses movimentos com uma cobertura ofensiva, a mídia e a imprensa parecem garantir que o assunto não saia da boca dos parisienses. E no ainda distante subúrbio, os carros incendiados, todos cobertos por seguro obrigatório, seguem sendo o grito de expressão.

Violà


esta é a mansão que eu consegui em tempo recorde, por preço razoável, pra dividir com uma mineira simpática.
Tudo isso é só pra mim, cabe um "tanto de visita" (homenagem à língua mineira). Daquela janela ali dá pra ouvir o piano da escola de dança que tem lá embaixo. Por enquanto, ele ainda é poético.

E aí os detalhes entram na história

Pão, mesmo que comprido e do mesmo formato, não é baguete. Estão aí pra mostrar as duas prateleiras do super que os dividem, com preços diferentes. Pegando na mão, a gente vê que a baguete é mais dura, dá pra ficar mais velha que o pão.
Pois é, o seminário do meu professor chama algo tipo "A erótica da sociedade" e fala de falos espalhados pela cidade, então podem se divertir com esse post bagaceiro que eu acabei de escrever sem querer.

Não esqueça a escova de dentes*

Eu poderia ter esperado ele ou ela pra fazer algo do tipo, já que são os que mais planos fizeram comigo. E, além de mais sentido, teria feito toda a diferença.


Mas o negócio é que eu não sou macumbeira. Que outras chances eu tenho de acreditar em destino se não jogar tudo pro alto e ver como as coisas caem depois?




*Era o nome de um programa bonachão da televisão espanhola que os meus tios gostavam, onde a pessoa ganhava uma viagem de cruzeiro e saía direto do show, pra ficar um tempão viajando.

Bik bik bik

Mesmo que fora dessa minha janela temporal (entenda-se antes e depois) tudo faça sentido, não há nada mais agridoce do que ter nas pessoas que estão longe todo o meu referencial e senti-las, ao mesmo tempo, mortas e desaparecidas.
Liguei muito pra casa nos primeiros dias, mas não tirei a sensação de ter sido arrancada. Se o Skype não prometesse o que não pode cumprir, eu já teria comprado cartão internacional, conferido que todos vivem e passado adiante.

mardi, novembre 08, 2005

Paris pra quem quer


Eram 7 horas da noite no Brasil, como é agorinha, há duas semanas atrás. E tinha sido o dia em que eu fui embora. Eu ainda tinha umas 24 horas de avião e aeroporto, mas em casa todo mundo devia se olhar com aquele suspiro estranho da despedida que acontece ainda, que espera ligação de orelhão, que vela pelo vôo da noite toda. Isso eu imagino. Lá dentro, eu estava como indo para o abate. Vi filmes atrás dos outros, dormi querendo não acordar e, 14 dias depois, acordar ainda é um problema.


Sempre fujo do mau-humor, principalmente quando ele não tem razão de ser, porque a minha cara carrancuda é uma das coisas mais feias que eu já vi. E ela demora pra passar, mesmo quando já foi convencida. Bem, no avião ela apareceu. Do Brasil, “hoje tua cara ta mais aliviada” é o quão visível eu posso ficar.

samedi, octobre 29, 2005

sem comentarios

eu nao me atreveria a fazer nenhuma frase sobre as minhas primeiras impressoes.
por enqunato soh funciono no modo Receber Informaçoes.
me reservo o direito de nao respoder a nenhuma pergunta pelos proximos dias ou semanas.

vendredi, octobre 21, 2005

hello, blog. hello, friends



aqui vai se escrever de novo, sob pretexto da minha viagem.
No entanto, como descubro hoje (sexta) que parto dia 25 (terça) e a organização agoniza na minha vida, está difícil ordenar pensamentos sem ser em formato de lista. Ainda me falta:
> achar um jeito de explicar a situação para o Herrera
> ver um último pôr-do-sol porto-alegrense
> convidar as pessoas pra festa de amanhã
> me embebedar na festa de amanhã
> almoçar com os sogros na ressaca da festa de amanhã
> começar a minha mala
> pegar o endereço com CEP de todo mundo que eu gosto
> parar de picotar o meu cabelo como forma de aliviar a tensão
> encomendar a carteira internacional de jornalista (esperta porém atrasada, não?)
> fazer a cretina da minha mãe chorar de uma vez
> driblar a superlotação da casa e ficar sozinha no meu quarto
> escrever cartas de despedida e, antes disso, descobrir se devo escrevê-las
> ler uns 25 livros necessários pra chegar no curso que vou fazer
> parar de comer pra acostumar o estômago com a pobreza
> last but certainly not least: confirmar se tenho onde chegar

vendredi, septembre 23, 2005

avec mon meilleur souvenir [folio]

recuso qualquer oportunidade de entrar em camarim. os artistas que eu adoro são entidades 2d e inacessíveis por natureza. entretanto, lendo as memórias da Françoise Sagan me deu uma pena de ter conhecido ela nas notícias da morte, no ano passado. é muito hippie sentir falta da pessoa só estar no mundo?

lundi, septembre 19, 2005

CPI da rúcula

Minha mãe estava lavando as verduras compradas na feira ecológica de sábado (pequenos produtores e seus produtos orgânicos, cada um na sua cooperativa) quando um pedaço dela caiu. O cordãozinho que amarrava a rúcula dizia "rúcula" e tinha um símbolo pequeninho do carrefour ao lado.
Ela guardou a fitinha. Me mostrou hoje quando eu acordei, sem saber muito o que fazer.
"Eu me presto a acordar cedo, pagar mais caro...".
A peste está por todos os lados. Minha mãe é esquerdista de toda a vida e estava agüentando no osso a lambança política nacional, mas acho que com essa ela desmoronou.

lundi, septembre 12, 2005

je veux y aller PARCE QUE

dei algumas boas risadas vendo I Heart Huckabees ontem, do lado de um lucio arrependido.
e acho q estou passando pela fase onde o jude law não consegue repetir a história dele convencendo a shania twan a comer maionese.
eu não quero mais mentir. não desse jeito compreensível que a gente mente pra conseguir colocações. não quero mais dizer que conheço alguma coisa quando tenho só uma vaga noção. eu quero pegar o tempo e realmente conhecer essa coisa.
isso já aconteceu antes, surtos deslocados de sinceridade, com resultados de toda espécie.

samedi, septembre 10, 2005

onde estás, querida?

encontrei uma guria no orkut que é igual a mim. tão igual que ela está em comunidades que eu nem sabia que queria entrar (ela tem umas 300 e eu umas 30).
aí eu me pergunto se devo:
a) odiar essa guria, afinal estamos todos (todos!) tão superficialmete expostos que, se há alguém com uma máscara igual à minha, devo desistir de qquer ambição de individualidade.
b) entrar numa nóia de que todos os amigos e amores dela poderiam ser meus e vice-versa já que vivemos na mesma cidade e bastaria uma inversão de horários e presenças em bares para que cativássemos as pessoas uma da outra
c) fazer de tudo pra ser a melhor amiga dela e esquecer que um dia vivemos separadas

lundi, septembre 05, 2005

as letrinhas

Bom de fim de semana é ler os jornais com mais tempo.
E ver coisas tipo
1) a entrevista do guitarrista do Reação em Cadeia pra seção Patrola na CPI, da Zero, se mostrando anarquista, comunista e parlamentarista ao mesmo tempo. Ah, os ídolos
2) O comentário da Folha resumindo tudo o que eu queria saber sobre o furacão nos EUA, falando sobre o desmonte do estado americano, e pq ele não é capaz de ser ágil na crise
3) fotos de negros segurando baldes. muitas. e a pobreza dos EUA emergindo que nem barata de canos entupidos
4) o meu jornal continuando com essa mania de contar a história da dona mariazinha no início de TODAS as reportagens
5) a nina lemos enchendo o peito pra avacalhar com o Dia da modelo (o dono da Mega que inventou nesta semana) e conseguindo, pra alívio dela e da sua feiura, colocar uma frase muito clássica na boca de uma fonte.

*como não tenho a senha da Folha, só consegui reproduzir isto:
Gente Reação em cadeia pelo país Patrola ligado na CPI
Zero Hora - Como você deseja que a crise acabe?
Daniel Jeffman - Gostaria que caísse todo mundo. Para isso, precisaríamos de uma revolução e uma reconstrução parlamentar.
ZH - Qual sua expectativa com relação às próximas eleições?
Daniel - Sempre anulei meu voto e não acredito que exista algum político honesto.
ZH - Você acha que a crise vai afastar os jovens da participação política?
Daniel - Ao contrário! Acho que tudo isso vai trazer os jovens muito mais para dentro da política e dos problemas sociais do país. Somos os únicos capazes de mudar alguma coisa, e essa mudança não acontecerá sem dor e sofrimento. Reclamar em frente ao televisor não mudará nada.

jeudi, septembre 01, 2005

alugo

amiga blogueira que queira atualizar o meu blogroll e incluir alguns endereços. alguém? alguém com paciência? alguém ainda passa por aqui?

usando relógio


parece que estou indo trabalhar de calça baggy, de tão estranha que me sinto.
eu preciso dele, eu não posso fugir dele pra sempre.
ele fica ali como se falasse contra mim, mas eu fico me convencendo de que imagem não é tudo, que não faz mal se me confundirem com uma dessas pessoas... essas pessoas que usam relógio.

dimanche, août 21, 2005

Le rêve qui parle

É só um relato de sonho. Pode desistir agora se quiser.
Eu olho pelo janelão dessa casa térrea que está me abrigando numa cidade estrangeira. Eu tenho mil assuntos pessoais me atordoando no momento. Eu tento não tornar isso explícito para os anfitriões, afinal, eles são uma família. Mas eis que eles me surpreendem. A mãe e a criança, pq o pai não aparece.
Pego a criança no colo, virada pra frente, na mesa que eles têm na cozinha. E ele (menininho) vai me contando sobre a adoção."O nome dos meus pais é Pamela não-sei-o-que e João não-lembro-o-sobrenome. Eles não podiam me criar quando eu nasci, então a minha mãe me pegou". E segue uma história de adoção das mais lúcidas já contadas, com o detalhe dos nomes completos dos pais, e a cidade onde eles moram, e como alguns adultos tinham metido os pés pelas mãos nessa história, e lalalá. Quase tremo um pouco, achando que estou segurando o Chucky no colo, de tão claro e consciente que o guri fala.
E então a mãe me pergunta."Eu preciso saber. Eu estou muito curiosa pra saber de toda a 'ação' (com todas as aspas mesmo) que tem rolado no teu quarto. Eu até já coloquei um copo na parede esses dias". Eis que eu explico que "ação" não tem acontecido comigo, mas com alguém muito próximo, e aí o sonho dá um pulo.
Num apartamento de conhecidos nessa mesma cidade, há suspeitas de invasão. Pessoas confabulam para tentar achar um culpado, que talvez seja alguém próximo com uma chave. Eu não sou a culpada, mas me vejo dando os próximos passos do invasor como se tivesse começado tudo. Subo pela escada, a porta é daquelas com frestinhas, de cima a baixo. Coloco a chave na fechadura - ainda não sei que tipo de ato ilícito vou fazer lá além de entrar - e, como sou muito cagada, desisto quando ouço um barulho. A porta fica "encostada", eu desco o primeiro lance e, da metade da escada, a luz de dentro do apartamento deixa ver que alguém espia pelas frestas. Alguém me viu.
Saio pra rua e já está quase escurecendo. A minha dúvida é se volto pra casa emprestada ou sigo caminhando nessa cidade que eu não conheço.

vendredi, août 19, 2005

Só o Neil Young é certo


Tem tempo que eu penso na certeza que a gente precisa pra levantar da cama. E em como só se vive de preto e branco. Nem que seja uma vez por dia. Só a oposição salva. Isso é meio triste, que ninguém consiga respeitar e falar ao mesmo tempo.
Os olhares perdidos que se instalam na nossa cara, antes de serem espantados sem um pensamento que seja, são só a única maneira de ser relativo. De admitir que não se tem certeza do que se está falando, da vida que se está vivendo. Que o mundo realmente não deu nenhuma resposta satisfatória. E poxa, não dá pra ficar assim muito tempo, por mais que seja uma atitude sincera. Nada permite. O trabalho precisa de teses, os amigos precisam uma identidade pra jogar referências e dicas.
E essa segurança que se ganha pra poder ganhar o mundo vai e vem, mais forte algumas vezes, mas sempre coçando pra avisar que ela não é real, só uma base de operação. Sempre foi bom ter épocas em que os inimigos estavam bem definidos.(Os inimigos típicos, eu digo, porque nunca tive ódios verdadeiros na vida). Que alívio poder chutar, cuspir e se apavorar com a vida dos outros. Dar toda a volta, da proximidade à pena, montando os pés naquilo que está fora pra poder criar afirmações próprias e respirar tranqüila.
Ter um nome pelo qual ser chamada. Saber os bons. Os ruins. Os perturbados. Os que nunca entenderão o que eu penso. Os que são gente da minha gente. Os que conhecem o que me ofende. Todo mundo precisa disso. Todo mundo dá um jeito de ter isso. Nem que seja através de um coment num site de alguém perdido em outro continente.
E às vezes eu me pego com essa dúvida. Pensando na cara que os imperadores romanos faziam bem quando sentiam a faca dos seus companheiros fiéis lhes esfriando a carne. Juro que penso. Mais de uma vez. Um rosto de susto. De que nada valeu a pena. Sei lá. Traição é uma maneira de colocar, mas a preocupação é basicamente sobre certezas. Sobre estar enganado. Sobre ficar completamente perdido ao sentir essas coisas básicas balançarem.
Por exemplo. Quando eu era pequena, eu ficava pensando, só trabalhando na hipótese de todos da minha família (um pai, uma mãe e uma irmã maior) se virarem pra mim um dia, tirarem lentamente as máscaras de gente e mostrarem que eram lobos. Falando assim parece que eu tinha medo ou que era maltratada, ou que nunca aprendi a amar. Nada disso. Só tinha, vez em quando, essa dúvida sincera. Da mesma forma como não consigo me catalogar o suficiente no momento pra explicar o porquê de falar tudo isto neste espaço. De contar a história dos lobos para uma tela (confesso que pensei que, ficando ela no final do texto, estaria protegida pela paciência necessária para chegar até aqui).

Cinco

manias de gente às quais eu me achava imune poucos anos atrás:

1) ciúmes
2) erros de português
3) vaidade
4) usar o fato de ser humano pra baixar o nível de exigência moral
5) imagem 3D

vendredi, août 12, 2005

Certeza Bissoluta


Os filhos são a brincadeira mais tiro certo que alguém pode inventar nos dias de hoje. E é por isso que os ricos em geral, que podem driblar a grande parte dos problemas práticos que essas bolinhas de carne trazem, dão sempre um jeito de conseguir um ou dois. Pretendo provar isso cientificamente um dia. Aguardem.

*digo isso da maneira mais simpática possível, acho uma coisa boa, um constatação de que pessoas estão sendo felizes por aí (eu gosto disso).

mardi, août 09, 2005

nunca esquecerei o dia


em que eu conheci o..
SUÍÇOTÍPICO

mardi, août 02, 2005

voltei a gostar de madonna

voltei e pronto!

mardi, juillet 26, 2005

aprendendo a ser pequena


Era para ser racional a base dos comandos da vida, mas todo dia é um mantra de humildade frente à força mortal dos pequenos atos.
Olhar o relógio dá sono. Comer dá fome. Fazer uma pergunta só pra testar a previsibilidade da outra pessoa irrita. Uma bobagem rápida que se faz como preparação para uma tarefa séria sempre come o tempo da tarefa séria. A viagem de ônibus da noite resume o dia e nos devolve cansados para casa, por mais disposto que se haja entrado no coletivo. Brincar com o cachorro dá culpa. Comer com a família demora mais do que dez minutos. Ler deitado deixa o “cair no sono” lúcido demais.

dimanche, juin 12, 2005

numa banheira, o corpo entra, a água sai

quando alguém te ama tu esquece que pode ser repugnante aos olhos dos outros.
esquece de pedir licença pra existir e sai caminhando, como se houvesse espaço - e não há? - pra todo mundo circular por cima da terra.
e ganha um quente em volta do pescoço, que é figurativo e físico ao mesmo tempo.
anda mais leve e mais pesada, com culpa e com alívio,
com tanta certeza de que alguém te ama que chega a dar curiosidade de ver o outro lado.

ainda que tudo acabe amanhã ou em três anos, não dá pra montar o fim, o desgosto e a cara de nojo.
todas as tentativas, fantasias de fugas e desilusão, é tudo pra tentar lembrar que o desamor existe,
pra enfrentar um caos que não é ali.
quando alguém te ama tu fecha o casaco e abre a porta pra sair com a cara menos fechada do que normalmente, enfrenta o frio e os olhos conhecidos com menos elegância.
o que se faz dessa prisão é o que preenche os nossos dias. juntos, separados, no telefone. até que não mais. e aí eu descubro de novo o que acontece.

lundi, juin 06, 2005

roteiro aberto

chegou a hora de testar a força da web. vai aí o primeiro recado geral. Estou indo pra Paris daqui a duas semanas e agradeço enormemente dicas de qualquer espécie.

jornalismo se faz sendo inteligente

Hoje achei alguém pra admirar. Depois de meses de observação curiosa, fui lá e preenchi uma ficha no fã clube da Mônica Bergamo, que assina a página 2 do caderno Ilustrada, da Folha de S. Paulo. Se alguém consegue fazer jornalismo social ficar interessante, esse alguém merece respeito, não?
Ela não muda a temática pra elevar o nível da coluna. Os assuntos são os fúteis mesmo, e a linguagem é leve. Mas é sempre sob um ângulo ótimo, jornalismo de verdade, timing e edição supercombinados. Por exemplo. Na época das eleições pra prefeitura de São Paulo, ela fez uma série estilo "Um dia na vida de.." com todas as candidatas a primeiras-damas. A página da Sílvia Maluf ficou no meu mural por semanas, de tão perfeita que era.
Depois disso, ela entrevistou uma princesa árabe que tinha sido trazida pro Brasil e queimada inteira pelo noivo; mostrou o funcionamento da "hiper" Daslu e hoje fez a tradicional pauta pré-dia dos namorados com homens casados com jornalistas ocupadas. E tá lá a foto do marido da Ana Paula Padrão, pivô de todo o bolo, que eu não tinha visto na imprensa ainda depois da demissão. É ou não é oportuno?

samedi, juin 04, 2005

Ok

Fazer certo é uma coisa que a gente tenta. Mas nem sei pra quê o esforço. Não acredito que alguém consiga atingir o outro. De verdade. Não acho que desmereça o esforço, mas a eficácia de surtos de modos vivendis e faniquitos invasivos é tão dúbia que o desgaste só vale pela fricção.Quantas vezes ouvi no meio de uma frase que falava sobre comida uma verdade sobre o meu egoísmo. Pessoas falando são um mistério. Elas pensam que conseguem tanto. Eu penso. Tantas vezes. E agora só tenho que rir. Os meus maiores foras, tapas de luvas, lições, puxadas de calças e choques de admiração aconteceram sem que a pessoa se desse conta. Ou intencionasse. Não acho que ninguém deva parar de tentar, mas o resultado é aleatório. Peça pra alguém te confiar, receba um carinho. Peça um pouco de piedade, receba uma conversa franca. Nunca é o combo exato. Mas a reação é um prova.

vendredi, juin 03, 2005

mamis e papis de papel

Uma coisa que eu não entendi. Por que o projeto muito boa intenção da licença-maternidade para pais adotivos - senadora Maria do Carmo Alves (PFL-SE) - tem as mesmas diferenças de tempo de licença que a lei pra pais biológicos?
Se nem a mãe nem o pai adotivo passaram por parto, por que só a mulher tem o direito de se dedicar ao pirralho integralmente? Não dava pra deixar essa decisão pro casal, que, como a situação comprova, é bem competente e compromissado pra escolher grandes mudanças de vida?
Ou só os homens têm necessidades laborais urgentes???
Ou só as mulheres tem o gene da lida com bebês???
Nesse ritmo, gays vão demorar muito pra poder serem pais por aqui, enquanto que lésbicas talvez ganhem logo um lar ideal de dois pais presentes por três meses.
Hã!

mercredi, juin 01, 2005

estúpida letícia

Eu não uso relógio porque não gosto de saber as horas. Chego a gritar "não quero saber!" quando alguém estica o pulso e se prepara pra responder à pergunta - que não fui eu que fiz, óbvio. Mesmo assim, escolhi uma profissão em que o tempo é tão importante quanto a qualidade.
Não dá pra entender.

mardi, mai 31, 2005

Melhor dilema: o da Bridget Jones

O que seria das mulheres se a gente não pudesse transcrever paranóias e dilemas pra nossa função alimentar? A quantidade de pensamentos que me passam pela cabeça sobre esse assunto é enorme! São diálogos inteiros.
- Eu não vou comer de novo, acabei de jantar lá na Zero.
- Mas por que estou indo pra cozinha e abrindo a geladeira?.
- Ótimo, não tem nada de bom pra pegar aqui.
- Mas então por que eu estou pensando em COZINHAR algo?.
- Eu sou uma louca mesmo, nunca vou comer tudo isso que tá fritando aqui.
- Amanhã vão ser duas refeições e chega.
- Se bem que hoje eu tinha falado a mesma coisa, que incompetência.
Eu sempre achei o cúmulo sofrer assim e gastar energia com isso, afinal, homens se dividem em duas opções - ou pelo menos eu gosto de pensar assim - ou comem e engordam felizes, ou apenas se alimentam e são magros. O fato é que, passeando meu cachorro hoje, o céu se abriu. Os dois quilos que eu ganho e perco a toda hora guardam minha sanidade. Eu amo eles agora. Não vou falar muito, porém, pro cérebro não se dar conta e começar a loquear com coisas realmente importantes. Tem tanta coisa gostosa pra se comer no mundo, vamos seguir com essa pauta.

mardi, mai 10, 2005

see you in our dreams

uma musiquinha da infância - da minha mãe:

La luna se llama Maria (chará!)
El sol se llama José (chirí!)
Viven muy enamorados,
pero no se pueden ver..

essa vai pro Lúcio, que amanhã começa a trabalhar às 7h. Quando ele começar a ver o sol na rua, às 14h, eu já vou estar no jornal há meia-hora.

lundi, mai 09, 2005

no fundo, eu sou só uma velhinha

Fiquei escrevinhando um montão de coisas sobre a nova La Pasiva que abriu no Shopping Total - a primeira fora do território uruguaio - e perdi tudo por culpa deste blog. Tinha lista de melhores pedidas, crítica gastronômica da casa de POA, grrrr. Enfim, é muito bom. Quem ler isto, vá lá.

vendredi, mai 06, 2005

cerveja na casa dos pais é comida

poucas coisas são piores do que não tomar a cerveja que eu ia tomar hoje. Depois das doze horas de trabalho, do pavor inútil do departamento comercial e das frustrações religiosamente diárias, eu não fui tomar a minha cerveja!
ela já estava descendo goela abaixo e, pela velha logística de "tenho que voltar pra casa-não vou te obrigar a me levar", entrei no ônibus das 22h30 querendo me dar um tiro na cabeça.
aí em casa o roteiro é conhecido: começa-se com o cachorro, que está fechando o dia com um pouco de ração e a volta pro pátio dos fundos, depois se emenda uma carona na comida chinesa da corporação irmã-cunhado, vai-se ver seriado americano no quarto da mãe, espera-se o pai vir cambaleando de sono no fim do episódio, rouba-se a gata que dorme na cadeira da sala, pega-se bem mais comida do que a fome tinha pedido e é isso, se adentra os aposentos com a pior sensação de fracasso e barriga cheia.
isso tudo acompanhado de um vinho chileno que o pai da gente deixou abrir mas que, como era esperado, desce muito quadrado.

jeudi, mai 05, 2005

só é dança porque uma parte está estática

viver parece mais fácil pros outros. eles caminham como se não estivessem cansados e, quando fico sabendo, dormiram menos horas do que eu na noite passada.
eu escuto alguém falando no elevador, ele consegue fazer uma frase inteira. ele responde ao que perguntam, faz um trocadilho e termina com uma brincadeira. juntando todos os dias dessa pessoa, a vida dele vai caminhando prum lugar que ele consente.
Juntando todas as pessoas da minha volta, elas todas parecem se manejar muito bem nessas tarefas de falar e responder, de acordar todos os dias e não a cada três. Elas me olham, se olham entre si, e dizem "vamos?". Eu acho isso incrível. Elas têm um nome de restaurante pra seguir, uma hora pra chegar.
Eu tenho um medo real de olhar tempo demais pra porta do meu quarto e perder o dia inteiro. Medo de esquecer a minha idade quando alguém perguntar.

mercredi, mai 04, 2005

sorrisos incontroláveis

tava lá pequeninho no jornal: o Ministério da Saúde recusou ajuda dos EUA no combate à AIDS depois que a Usaid proibiu que o dinheiro fosse usado em campanhas envolvendo prostitutas. Era pouco dinheiro (48 milhões em cinco anos), e o Pedro Chequer, que coordena o programa, pode apenas ter querido aparecer (o que não rolou). Mas eu fiquei toda orgulhosa com "a Aids não será controlada a partir de princípios maniqueístas, teológicos, fundamentalistas e xiitas".

mardi, avril 26, 2005

Ethan's wrinkle

Se alguém tivesse me dito que Antes do Pôr-do-sol era um hora e pouca de conversa quase sem cortes, eu teria soltado a respiração e aproveitado bem mais. E não teria feito o Lucio sentar do meu lado pra ver, claro.

lundi, avril 25, 2005

Eu odeio a Sue Johanson

Ela dava aulas de educação sexual enquanto que, no colégio dos meus pais, o professor pulava o capítulo inteiro sobre reprodução humana. Ela tem esse mérito. E também tira algumas dúvidas sinceras dos americanos que ligam durante o show. Mas não é exatamento por isso que esse momento que ela passa segurando paus de borracha se tornou "o programa de mais divertido da televisão paga", né.
As Marílias Gabrielas da vida se babam por essa mulher, mas na minha opinião tudo não passa de uma básica curiosidade em imaginar aquela pele enrugada do peito dela sendo chupada. Não é pela vanguarda, nem pelo conhecimento - tem assunto mais explorado? -, nem pela visão inovadora, porque o que ela faz não é nada melhor do que o Jairo Bauer faz. É uma simples campanha pelo sexo seguro, bem resolvido e disciplinado.
Esta senhora não é tão grotesca quanto o Dr. Jairo - que manda os coitados colocarem camisinha no primeiro beijo de língua -, mas as dicas dela nunca passam de um "vale tudo, desde que todas as práticas sejam discutidas entre os parceiros e nenhum se sinta ameaçado, violado ou incômodo, blá blá blá".
Só que todo mundo que está sentado do outro lado da tela pára no "vale tudo". E a frase fica tão engraçada na boca dela que, pronto, tá feito o feitiço. Se ela diz que pode, e recomenda, daí se entende que... ela faz? Sim - eu sei que ela faz porque a Gabi perguntou.
No fim, o tiro da Sue sai pela culatra. Ela está lá achando que contribui para o sexo positivado, sem conflitos psicológicos (aposto que ela odeia Almodóvar), e fica todo mundo na frente da TV se excitando com a imagem de uma velha segurar um vibrador.

dimanche, avril 24, 2005

no começo, ninguém sabe pra onde vai

Eu não sabia se ia ser bailarina ou professora de Ciências quando tinha cinco anos. E hoje o meu nível de dúvida em relação ao mesmo gap temporal não é muito diferente. Não me perguntem sobre os quarenta anos porque eu simplesmente não respondo. E por isso não respondo pra onde vai esse blog, que até ontem eu não tinha pensado em abrir.
O meu amigo Danichi me dizia que eu tinha cara de quem tinha um, e eu sei que era com uma pitada de sarcasmo. Não me dei nem ao trabalho de esperar a morte dele antes de começar este, perdendo uma bela chance de provar de uma vez por todas que eu não sou o esteriótipo da famequiana com roupinhas modernas que ele fica dizendo que eu sou. Mas ah, tudo bem, eu supero isso.
Não faço idéia de quem entrará aqui, mas eu gostaria de dizer, já que estou na carta de intenções, que não pretendo ter sacadas espertas sobre lances cotidianos neste espaço. Na verdade, eu não tenho muita vontade de ser atual, nem provocadora (nem quero falar como se tivesse uma platéia, como estou fazendo agora). Tem muitos blogs que são ótimos nisso, com links interessantérrimos e notícias quentinhas cavocadas pela rede. Ainda não sei explicar o porquê deste, mas talvez seja só pra devolver ao mundo a verborragia com que ele vem me maltratando. é isso.