Eram 7 horas da noite no Brasil, como é agorinha, há duas semanas atrás. E tinha sido o dia em que eu fui embora. Eu ainda tinha umas 24 horas de avião e aeroporto, mas em casa todo mundo devia se olhar com aquele suspiro estranho da despedida que acontece ainda, que espera ligação de orelhão, que vela pelo vôo da noite toda. Isso eu imagino. Lá dentro, eu estava como indo para o abate. Vi filmes atrás dos outros, dormi querendo não acordar e, 14 dias depois, acordar ainda é um problema.
Sempre fujo do mau-humor, principalmente quando ele não tem razão de ser, porque a minha cara carrancuda é uma das coisas mais feias que eu já vi. E ela demora pra passar, mesmo quando já foi convencida. Bem, no avião ela apareceu. Do Brasil, “hoje tua cara ta mais aliviada” é o quão visível eu posso ficar.
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