jeudi, février 05, 2009

How to cry a river over vietnamese coffee

As vísceras retiradas com uma grande colher de sorvete. Assim aconteceu. O segundo pacote não era café, era chá. O café perfumado de baunilha acabou. Sabe-se lá se ontem, anteontem, a que horas. Te esforça agora pra lembrar da última xícara. Será que deixei queimar?
Acabou, não tem mais, do mesmo jeito que acaba o dinheiro no banco se tu vai fazendo saques pequenos e desviando o olhar do saldo final. Não pode reagir assim. Mas. Mas. Era o café do Vietnã. Que compramos no mercado sem saber se ia ficar igual ao que tomávamos sentados olhando pra janela e ficou, não igual mas suficientemente delicioso.
Eu sei que é café - manda importar, idiota. Mas não é. Virou um tesourinho de viagem. Que eu sonhava provar no pequeno apartamento. Que ainda está a caminho. Era um pacote especial que se perdeu na despensa desta casa grande como eu sabia que ia se perder, confundido entre pacotes repetidos abertos e deixados pela metade. As coisas que a gente faz sabendo.
É a primeira coisa da volta ao mundo que acaba e não vai ter mais. Eu não queria necessariamente o veludo preto que tomei e me encheu de alegria. Aquilo ficou lá. Mas perder minhas jóias de viagem é um processo que só pode terminar na... eu... devo... dizer... mesmo-que-não-queira-pensar-nisso-agora... necessidade de buscar novas. Entende? Entende a tristeza?
Foi só uma coisa. Calma. Não precisa chorar assim. Sabe-se lá quanto tempo leva pra morrer o segundo condenado. Eu não gosto quando acontece isso, de se dar conta que começou: tu pode torcer pra não ir praquela zona cheia de nós e ter fé no volante que construiu, mas não, não pode pedir pra parar, filha.