jeudi, juin 29, 2006

L.E.R. très très bizarre

Existe.
Hoje criei um glaucoma* no polegar que aciona a campainha da bicicleta, o esquerdo. Quase explodiu a gema do dedo, um perigo!

*(
diagno'stico pessoal)

mercredi, juin 28, 2006

Retiro tudo o que eu disse

Nem duas horas depois do jogo, o meu aluno cretino me manda o e-mail abaixo. Começou a papagaiada...

oie professora, como, que vôce ta???
entao nossas grandes naçao vao se encontrar esse sabado
8 anos depois a derrota do brasil 1--2--3 a ZERO...
brasileiros, fica com medo de nossos guerreiros
vamos ver quiem vai aguentar
boa sorte
dalhe brasil et vive la france
balhançado de coraçao

ciao

A lêeh le. bleu.

Do lado da Cité Universitaire tem um estádio que está passando todos os jogos da Copa. Os brasileiros vão lá pra torcer pra seles- saho, mas até hoje eu achei que era programa pra pé rapado que não tem tevê em casa.
Pois não. Os franceses também foram e entupiram o lugar hoje, aproveitando pra redimir todas as velhas burocratas mal comidas que me perseguiram durante o inverno. Sim, eles tem sangue nas veias. UUFA.
Sete meses de dúvida.
Deu até pancadaria, sangue, corrida e buzinaço no final. Coisa boa, né?
Allez les bleus.

dimanche, juin 25, 2006

A bicicletinha mais charmosa


A Cari, percursionista da Apanhador Só, chegou na final do Trama Universitário e tá perigando ganhar. Merece MUITO um voto, pelos seguintes motivos:

[se você é do João XXIII] - a Carina era uma das pessoas mais loucas daquele lugar e só contribuiu pra deixar nossos anos adolescentes mais divertidos. Quem mais apurrinhava o professor pra mudar uma regra, parava a aula pra fazer uma votação, se revoltava contra o sistema de votação e saía porta afora? Vota nela!

[se você já foi no show] – a bicicletinha não é argumento suficiente? Vota nela!

[se você se influencia com a fama] - ela é filha do Cláudio Levitan. Vota nela!

O caminho é ir no Trama, fazer o cadastro (barra de cima), confirmar o cadastro (e-mail), ir em participar (barra de cima) e votar. A música é Maria Augusta, aquela do arrasta-pé.
Foi!

vendredi, juin 23, 2006

Ah, voilà.

Preciso de frutas, mas no caminho do apartamento tudo parece caro. Lembro do Franprix da esquina que sempre tem sacos de 2 quilos de maçã por 2,69 E, dessas boas de levar na bolsa e ficar bancando a magra por horas.
Vai passar no caixa e a etiqueta aparece.
Origine: Brésil. Rodovia SC 486 - km 39 - Fraiburgo, SC.
Ah, voilà.

Tentei lembrar o preço do quilo de maçã no Brasil mas, heh, eu não era dona de casa lá.

jeudi, juin 22, 2006

Eu sugiro

pra todo mundo que vai ficar longe de casa por um bom pedaço de tempo que escreva uma carta quando se completarem seis meses de ausência, a ser enviada a afetos que se exerçam tão bem no plural quanto no singular. Que abra o coração, gaste e ria uma tarde inteira contando o que se passa. E sugiro que, no final, peça pra receber de volta uma resposta sonora. Vale a pena.

Mingas, eu amei.
Mas foi muito coito interrompido! O que acontece depois que começa a chover e a Bel desliga o gravador? O que acontece depois que a Inessa termina de falar??
Ri muito.

Lalaô

Consegui ser barrada na porta de uma boate de novo. Sóbria, educada e bem vestida (eu, ao menos, estava gostando da minha roupa).
E o agravante: eu tinha nome na lista.

mercredi, juin 21, 2006

Peguem o CPF

Atenção leitores. Todos os leitores. Todos vocês. Eu sei que existem, que a ausência de comentários é represália ao dia em que eu pedi pra me deslinkarem dos blogs.

Preciso de um favor. Votem na Lisi. Uma promoção da Melissa. Ela ganha, vem me visitar e eu fico muito agradecida a todos vocês. Vocês mesmo. Que caíram de bobagem por aqui.

Dá raiva, eu sei, quando a gente cai num site e só tem besteira escrita, presunção, umbiguismo, gente se achando engraçada. Mas aconteceu. Tem que pensar que faz parte do desperdício de neurônio diário que garante o funcionamento da máquina. Gastem só mais um pouquinho e coloquem o CPF neste site, por favor. No nome da Lisiane Peccin Pratti.
E nem olhem pra foto da calcinha, é melhor mas não é minha amiga.

Minha frase de loira em dia de paredão

Caraca, como é que tanta coisa boa e ruim consegue acontecer AO MESMO TEMPO?!

lundi, juin 19, 2006

Deus do céu, no que será que ele pensou?


Sir Paul. 64 anos ontem. Só eu acho incrível?

samedi, juin 17, 2006

Uma semana em que eu me convenci de que tinha aprendido a falar italiano

Eu não sou católica. Nem batizada. Uma grande parte da minha família é, entretanto. A minha tia me ligou em novembro (quando eu não tinha nem um mês de Europa) dizendo que eu TINHA que reservar o último fim de semana de maio para comparecer na comunhão da Giulia. Ainda bem. Tivesse esperado as coisas se encaixarem, o dinheiro sobrar e os planos darem pé, esperando eu estaria.

Aí lá fui eu de Eurolines, um meio de transporte que os europeus simplesmente ignoram, só porque tu pode cair num ônibus perfeito como num nem tão perfeito cuja distância entre as poltronas é de 10 cm, pode demorar 19 horas ao invés das já longas 12 previstas para chegar no lugar, pode ser largada no meio da estrada ao invés de numa rodoviária, só porque todas as promoções são mentirosas... Esses detalhes que me fazem sentir, assim, cada vez mais européia.

O destino era Fano, na costa do mar Adriático, o que banha o lado do salto da bota. Cheguei dois dias antes que todo o resto da família e me dediquei a andar de bicicleta, buscar as crianças na escola, acompanhar o preparo e o desenrolar das refeições, sentir o sol na cara. Em suma, experimentar a vida local. O que ficou ainda mais verídico porque eu também tinha que trabalhar, terminando de redigir uma tarefa da faculdade que já estava 20 dias atrasada.

É gostoso estar em volta de gente feliz. Porque aí as coisas viram constatações. Sim, o verão ainda está em gestação e não tem quase ninguém na praia. Sim, a vida é pacata aqui. Sim, este é um lugar muito bonito.

Nesses dias eu conversei com o Marco (marido-da-prima-da-minha-mãe-e-pai-da-comunhanda) sobre como a Itália caiu na teia do Berlusconi, experimentei gelatto com grappa, ouvi o que se pode fazer no sul da Itália quando se é jovem.

Logo, o resto da família chegou e os meus passeios passaram a ser feitos com a Claudia - apresentada no post “Irmã Helvética”, de janeiro -, que adorou a minha companhia na ausência da Lisi. (hehehe, só uma piada, lois).
Como toda praia, Fano tem um “centrinho”, mas ele é medieval, com direito a pedra amaldiçoada por uma bruxa queimada e tudo. E a cerveja era mais barata do que em Paris, évidement.

E no dia da comunhão a festa foi numa vila italiana, morada dos avós. Eu nem sei se isso se diz, mas na minha cabeça “vila italiana” são essas casas de campo entre morrinhos meio baixos, em que a gente enxerga muito verde pra todos os lados, pequenos vinhedos e uma casa de pedra com flores, lugar pra se atirar ao sol e à sombra, mesas grandes de madeira e outras coisas gostosas. Se alguém pensou Beleza Roubada, é isso.

mercredi, juin 14, 2006

lundi, juin 12, 2006

Diagnóstico: dependência de imagens, de contar a própria vida, de viver perfis virtuais e outras coisas que a gente acha serem vícios alheios


Quando a Amanda, minha coloc (colega de apê) me passou esta foto, eu pensei: "nossa, que alívio ter uma foto minha, faz XXX meses que eu não tenho uma foto minha, estava até com medo de perder registro da minha vida".
Aí quando eu fui contar quanto era "XXX", na certeza que ia beirar os cinco meses, pein!: vi que as últimas fotos foram tiradas na visita da Lisi, em meados de abril. O que resume o tempo total da falta de registro a, no máximo, 60 dias.

Como faço para sair deste século, hein?

Na foto: eu no vestido recém chegado de POA que as minhas mãe e irmã mandaram porque "era a tua cara", posando pra máquina digital nova da Amanda, com a bolsa apoiada na porta do elevador, no sexto andar (o meu), indo ver um filme na biblioteca nacional, sendo espiada através do olho mágico pelo vizinho da frente cuja atividade em tempo integral é passear um cachorro histérico - mesmo vizinho que recebe meus amados euros todo dia primeiro do mês porque ele é, além de dono do cachorro histérico, dono do nosso apartamento.

dimanche, juin 11, 2006

jeudi, juin 08, 2006

Perestroika + Glasnost


Meus pais sempre foram um bloco monilítico. Dediquei uns quantos anos adolescentes tentando contradizer um na frente do outro. Essa caracterísitica deles não ajudou em nada naquela época visto que, quando um dizia não e ponto final, o outro não fazia mais do que ajudar com os argumentos. Tough years.

Eis que eu fiquei velha, e eles só um pouco mais do que já eram.
E como acho que gastei todo o estoque de fúria pra cima dos dois antes dos 20, eles agora podem ser o quão siameses quiserem que eu só vou achar graça.

Vide os dois e-mails que recebi no dia 06/06/06.

1) Letícia: espero que tengas ido bien en la prueba. Hoy tu mami recibió el cd que le mandastes, hoy viene su papi con la mudanza y hoy hace 35 años que namora conmigo. La verdad hoy es un día de mucha suerte! Ah! Me olvidava, hoy es el cumple de Nilda y espero que tenga suerte y hoy no la multen por velocidad arriba de lo permitido...jeeeeeee jeeeeeeejejejejejej. Besos, Luis

2) Oi Letona, tudo bem? Cómo foi a prova, já estás livre? Depois me conta.Ontem recebi teu presente, muito obrigada. Vou ver se começamos hoje aos poucos a asistir. Meu francés é meio enferrujado.Hoje 06/06/06 é um dia especial, faz 35 anos que eu e Luis começamos a namorar...Muito tempo ne?Fomos a almoçar na AABB, sozinhos, lógico.Hoje também é o aniversário da tía Nilda, depois vou dar um pulinho na casa dela.E finalmente hoje chega o vô e sua mudança.Amanhã te conto .Besotes Marita

lundi, juin 05, 2006

Miséria pouca / ou / Porque devo largar com urgência trabalhos envolvendo crianças

- On va enlever ton pantalon pour faire la sieste parce qu’il fait très chaud ici.
- …
15 minutes après.
- Tu dors pas ? Je t’enlève ton T-shirt, c’est vrai que c’est encore plus chaud maintenant.
- …
- …
- J’ai chaud au zizi et aux fèsses…
- Garde ta culotte !!!

dimanche, juin 04, 2006

um concurso público, por favor

Eu nutro uma vontade de ser free-lancer.
Mas este não é um post do estilo "estou atrás de emprego, se souber de algo, me avise".
É só pra dizer que, se eu continuar com essa idéia, nossa, que monte de coisas terei de aprender pra não repetir a estranha agenda de amanhã: duas aulas de português desmarcadas porque topei cuidar de uma criança de três anos durante mais ou menos 14 horas, pelo preço de... [vergonha da ignorância, vergonha da ignorância, vergonha da ignorância] duas aulas de português.

4 de junho, seu eiffel!!


dã. hehe. exagerei.
mas por que o verão não CHEGA???


p.d. Nuni, como eu faço pra colocar todas as minhas músicas num cd regravável? Meu pai me xingou porque eu não faço back-up, mas tem coisa que desperdicia mais cd do que back-up? E estes têm sido meses tão prolíficos de E-mule...

nuni? R U there? someone?

socialpoesia

"Mesmo o indivíduo solitário tem direito ao menos à companhia dos seus métodos de trabalho".

Estudando pra prova, cujo assunto eu diria que é teoria da sociologia, passei por essa frase afaga-coração.

BERGER P. et LUCKMANN T. La construction sociale de la réalité, Paris, A. Colin: 1997.

samedi, juin 03, 2006

Depois da euforia da primavera, uma síndrome de abstinência

Sabe aqueles veranicos asquerosos que chegam no inverno porto-alegrense sem avisar, quando as roupas frescas já estão em sacolas, ninguém está depilado nem combina a camiseta de baixo com o blusão porque pensa que não vai ter que tirar?
Pois eles vem daqui. São massas de calor que o Sul rouba do Norte. Por favor, devolvam.

Era pra fazer calor na minha cidade, c-a-l-o-r.
Mas fez 5 graus nesta semana. Não dá pra viver assim. Devolvam.
Por favor.

jeudi, juin 01, 2006

quinta-feira de tardezinha nublado


E aí que eu me propus a vender ração de cachorro. Não qualquer ração, bem entendido. A melhor do mercado em todos os aspectos e sob todos os ângulos, tão boa que cura doença e só tem ingrediente que humanos podem comer. Humanos que não tenham prestado serviço para o filme Ilha das Flores, bem entendido.
Estou com o cérebro recheado de argumentos e sei até porque os gatos lambem o próprio pêlo. A lavagem – do cérebro, não do gato – foi bem elaborada, mas não a jato. Um dia inteiro.
Foi um dia médio.
Conheci gente de realidades particulares, perdi tempo, comi de graça, tava ruim e frio, fiquei com a bunda quadrada, garanti um emprego, mofei no metrô.
Ouvi, pela primeira vez, por exemplo, alguém me dirigir a frase “eu não posso comer carne porque a minha religião não permite”. Foi a menina que ficou minha “amiga” na chegada, quando estávamos atrasadas e perdidas. Uma “eu e tu” com tic-tac no cabelo, muito rímel e emprego em loja de esportes, que só come carne halal, a que respeita o corte muçulmano. Interessante.
Depois vi que tem gente que faz esse tipo de demonstração de produtos há 7 anos, um tempo interminável dado o coeficiente massante da função, e que outros que fazem isso têm mais de 40 anos, ou 50.
E que não era só eu que precisava de um papel pra pegar autorização de estrangeiro. Uma menina do Senegal e outra de Madagascar também. Dois lugares que eu tive que procurar bem rápido no cérebro e só achei a localização aproximada. E eu acho que a cicatriz no pulso da menina senegalesa era tribal, mesmo se ela estava embaixo de uma corrente dourada e um cabelo de cachos artificiais. Ela era de um preto bonito, bem mais bonito que o martinicano que pegou o mesmo trem que nós pra voltar.
Chegando em casa, com dor nas pernas e a cabeça meio inchada, me pus a lavar louça, que não teve aquele brilho ritual que a gente se inventa pra deixar a vida bonita.
E aí que me veio a frase que vai fazer a minha caveira quando eu for muito famosa e polêmica - uma Paula Francis - e alguém achar o link perdido deste blog. Ei-la: às vezes, a mágica não bate, o colorido não faz efeito, mesmo pessoas interessantes não salvam o dia. O fato é que ser classe média é chato. Às vezes.

poltrona torta

Cinema. Cena de uma prisioneira deitada na sua cela, olhando pro alto e respirando fundo no seu macacão laranja.
Primeira reação: inveja. Impressão de que ela tem sorte de estar assim tão atirada.
Conclusão: preciso dormir mais à noite.