mardi, mai 31, 2005

Melhor dilema: o da Bridget Jones

O que seria das mulheres se a gente não pudesse transcrever paranóias e dilemas pra nossa função alimentar? A quantidade de pensamentos que me passam pela cabeça sobre esse assunto é enorme! São diálogos inteiros.
- Eu não vou comer de novo, acabei de jantar lá na Zero.
- Mas por que estou indo pra cozinha e abrindo a geladeira?.
- Ótimo, não tem nada de bom pra pegar aqui.
- Mas então por que eu estou pensando em COZINHAR algo?.
- Eu sou uma louca mesmo, nunca vou comer tudo isso que tá fritando aqui.
- Amanhã vão ser duas refeições e chega.
- Se bem que hoje eu tinha falado a mesma coisa, que incompetência.
Eu sempre achei o cúmulo sofrer assim e gastar energia com isso, afinal, homens se dividem em duas opções - ou pelo menos eu gosto de pensar assim - ou comem e engordam felizes, ou apenas se alimentam e são magros. O fato é que, passeando meu cachorro hoje, o céu se abriu. Os dois quilos que eu ganho e perco a toda hora guardam minha sanidade. Eu amo eles agora. Não vou falar muito, porém, pro cérebro não se dar conta e começar a loquear com coisas realmente importantes. Tem tanta coisa gostosa pra se comer no mundo, vamos seguir com essa pauta.

mardi, mai 10, 2005

see you in our dreams

uma musiquinha da infância - da minha mãe:

La luna se llama Maria (chará!)
El sol se llama José (chirí!)
Viven muy enamorados,
pero no se pueden ver..

essa vai pro Lúcio, que amanhã começa a trabalhar às 7h. Quando ele começar a ver o sol na rua, às 14h, eu já vou estar no jornal há meia-hora.

lundi, mai 09, 2005

no fundo, eu sou só uma velhinha

Fiquei escrevinhando um montão de coisas sobre a nova La Pasiva que abriu no Shopping Total - a primeira fora do território uruguaio - e perdi tudo por culpa deste blog. Tinha lista de melhores pedidas, crítica gastronômica da casa de POA, grrrr. Enfim, é muito bom. Quem ler isto, vá lá.

vendredi, mai 06, 2005

cerveja na casa dos pais é comida

poucas coisas são piores do que não tomar a cerveja que eu ia tomar hoje. Depois das doze horas de trabalho, do pavor inútil do departamento comercial e das frustrações religiosamente diárias, eu não fui tomar a minha cerveja!
ela já estava descendo goela abaixo e, pela velha logística de "tenho que voltar pra casa-não vou te obrigar a me levar", entrei no ônibus das 22h30 querendo me dar um tiro na cabeça.
aí em casa o roteiro é conhecido: começa-se com o cachorro, que está fechando o dia com um pouco de ração e a volta pro pátio dos fundos, depois se emenda uma carona na comida chinesa da corporação irmã-cunhado, vai-se ver seriado americano no quarto da mãe, espera-se o pai vir cambaleando de sono no fim do episódio, rouba-se a gata que dorme na cadeira da sala, pega-se bem mais comida do que a fome tinha pedido e é isso, se adentra os aposentos com a pior sensação de fracasso e barriga cheia.
isso tudo acompanhado de um vinho chileno que o pai da gente deixou abrir mas que, como era esperado, desce muito quadrado.

jeudi, mai 05, 2005

só é dança porque uma parte está estática

viver parece mais fácil pros outros. eles caminham como se não estivessem cansados e, quando fico sabendo, dormiram menos horas do que eu na noite passada.
eu escuto alguém falando no elevador, ele consegue fazer uma frase inteira. ele responde ao que perguntam, faz um trocadilho e termina com uma brincadeira. juntando todos os dias dessa pessoa, a vida dele vai caminhando prum lugar que ele consente.
Juntando todas as pessoas da minha volta, elas todas parecem se manejar muito bem nessas tarefas de falar e responder, de acordar todos os dias e não a cada três. Elas me olham, se olham entre si, e dizem "vamos?". Eu acho isso incrível. Elas têm um nome de restaurante pra seguir, uma hora pra chegar.
Eu tenho um medo real de olhar tempo demais pra porta do meu quarto e perder o dia inteiro. Medo de esquecer a minha idade quando alguém perguntar.

mercredi, mai 04, 2005

sorrisos incontroláveis

tava lá pequeninho no jornal: o Ministério da Saúde recusou ajuda dos EUA no combate à AIDS depois que a Usaid proibiu que o dinheiro fosse usado em campanhas envolvendo prostitutas. Era pouco dinheiro (48 milhões em cinco anos), e o Pedro Chequer, que coordena o programa, pode apenas ter querido aparecer (o que não rolou). Mas eu fiquei toda orgulhosa com "a Aids não será controlada a partir de princípios maniqueístas, teológicos, fundamentalistas e xiitas".