lundi, avril 30, 2007
vendredi, avril 27, 2007
Brega é muito bonito
Contente com a Internet por disponibilizar Tudo o que eu tenho e Blá blá blá, pra clicar quantas vezes quiser.
dimanche, avril 22, 2007
(Eu não estou ecoando aquele e-mail, não é sobre isso)
Sempre parei pra pensar em exposição; e o degradê de seus contrários: discrição, proteção, respeito, cumplicidade, segredo.
(Eu não estou ecoando aquele e-mail, não é sobre isso). É sobre viver, por um momento, sem a exposição que nos devolve o conforto.
Sem crachá, sem total compreensão, sem “olha o que eu fiz, não é bonito?”, sem um perfil auto-explicativo – quando eu falo isso, pode parecer que acabei de listar o cúmulo do egocentrismo, da pequenice, mas essas coisas são tão normais, positivas, e eu não estou com paciência hoje pra cuspir em cima do que nos constrói enquanto geração.
Só estou parando pra pensar em outra coisa, por um momento.
Como o espaço morto entre o fracasso e a boa desculpa, que nos coloca em uma situação interessante de exposição.
A última vez em que escrevi foi sobre o Derrida, e acho que estou ainda com algumas frases dele na cabeça. Sobre não dizer. Não colocar o final de tudo na linha da expressão.
Passei os últimos tempos entendendo formas peculiares de existência, aceitando que a forma é o todo e o dito é o feito, mas hoje estou tirando férias (aprendi, lição feita), pra lembrar do jogo de fechar a boca, dobrar os lábios pra dentro e esconder meio rosto com as mãos – e ainda assim achar que existe algo!
Todas as Letícias perdidas nos olhares dos outros, hoje eu acho que elas existem além desta. Hoje eu vou dormir sem fazer a ronda pra ver se todas elas estão com as sobrancelhas feitas. Não é só por cansaço que as deixo desprotegidas da feiúra.
É por causa desse jogo momentâneo de ver como se é sendo si, estando inexposta (medíocre, caso a metáfora da feiúra não tenha surtido efeito) em cada ponto da vida onde repousa uma instituição.
Antes de cair num discurso de tesouro escondido, esclareço que cada olhar amigo é pra mim uma instituição, pois lá eu me legitimo.
E que “sou inútil mas sou feliz” é também uma instituição (metida a vanguardista, mas é).
E se desde a primeira frase isto não se afasta de uma verborragia pouco clara, eu acho que concordo.
Mais: se todas as pausas pra explicações não fizeram mais do que estragar o ritmo do texto, eu assino embaixo.
Someone’s playing hard to get around here. We should spank her.
(Eu não estou ecoando aquele e-mail, não é sobre isso). É sobre viver, por um momento, sem a exposição que nos devolve o conforto.
Sem crachá, sem total compreensão, sem “olha o que eu fiz, não é bonito?”, sem um perfil auto-explicativo – quando eu falo isso, pode parecer que acabei de listar o cúmulo do egocentrismo, da pequenice, mas essas coisas são tão normais, positivas, e eu não estou com paciência hoje pra cuspir em cima do que nos constrói enquanto geração.
Só estou parando pra pensar em outra coisa, por um momento.
Como o espaço morto entre o fracasso e a boa desculpa, que nos coloca em uma situação interessante de exposição.
A última vez em que escrevi foi sobre o Derrida, e acho que estou ainda com algumas frases dele na cabeça. Sobre não dizer. Não colocar o final de tudo na linha da expressão.
Passei os últimos tempos entendendo formas peculiares de existência, aceitando que a forma é o todo e o dito é o feito, mas hoje estou tirando férias (aprendi, lição feita), pra lembrar do jogo de fechar a boca, dobrar os lábios pra dentro e esconder meio rosto com as mãos – e ainda assim achar que existe algo!
Todas as Letícias perdidas nos olhares dos outros, hoje eu acho que elas existem além desta. Hoje eu vou dormir sem fazer a ronda pra ver se todas elas estão com as sobrancelhas feitas. Não é só por cansaço que as deixo desprotegidas da feiúra.
É por causa desse jogo momentâneo de ver como se é sendo si, estando inexposta (medíocre, caso a metáfora da feiúra não tenha surtido efeito) em cada ponto da vida onde repousa uma instituição.
Antes de cair num discurso de tesouro escondido, esclareço que cada olhar amigo é pra mim uma instituição, pois lá eu me legitimo.
E que “sou inútil mas sou feliz” é também uma instituição (metida a vanguardista, mas é).
E se desde a primeira frase isto não se afasta de uma verborragia pouco clara, eu acho que concordo.
Mais: se todas as pausas pra explicações não fizeram mais do que estragar o ritmo do texto, eu assino embaixo.
Someone’s playing hard to get around here. We should spank her.
mercredi, avril 18, 2007
Lendo o filme
Numa parte do filme Derrida (Kirby Dick, Amy Ziering Kofman, 2003), ele está sentado num estúdio de TV, nos EUA, e a jornalista começa a entrevista pedindo um comentário sobre Seinfield. Quando ele aperta os olhinhos pra mostrar que nunca ouviu falar disso, ela insinua que, com muita paródia, ao igualar dilemas sobre armários e fé em Deus, o seriado teria algo a ver com a teoria da desconstrução.
– Se você está me pedindo uma dica para as pessoas que assistem sitcoms, eu diria “façam seus deveres de casa, leiam os livros”. Aí falaremos de desconstrução.
Esse é o ponto mais besta do filme, o mais óbvio exemplo da complexa tarefa de falar – discursar – e ser apreendido pelo outro. O clichê americano serve, comme toujours, de maneira didática.
Esse é o ponto mais besta do filme, o mais óbvio exemplo da complexa tarefa de falar – discursar – e ser apreendido pelo outro. O clichê americano serve, comme toujours, de maneira didática.
Enquanto isso, ele segue Derrida frente às outras perguntas do filme, frente aos diretores, frente a um projeto de documentário que ele aceitou e do qual não se arrepende. “Não posso responder a isso em frente a uma câmera”, “Eu não sou realmente assim. Para começar, se fico em casa, não me visto como agora, fico com o meu pijama”. “O que você vai fazer com tudo isso? Fazem 5 anos que estou falando. O que você vai guardar? A sua autobiografia”.
Nenhum desses questionamentos invalida o filme, mas serve para mostrar o seu sujeito. Judeu argelino formado na França, figura da filosofia pós-estruturalista, Jacques se considerava um sobrevivente da geração de 60 (Althusser, Bourdieu, Foucault, Deleuze e Lacan morreram bem antes que ele, que faleceu em 2004).
Viajante do mundo dos textos, sempre se propôs a tecer textos dentro de outros, mostrar discursos dissimulados, destituir e restituir sentido. A briga dele (diálogo sem concessão é mais polido) era com a metafísica ocidental e os seus “conceitos fundamentais”.
Mesmo no centro do pensamento pós-moderno, Derrida não aparece como um iconoclasta, um niilista. Ele não acha que tudo é espetáculo, não esqueceu completamente da política e não concorda com qualquer interpretação que possa ser feita sobre sua fala.
Diz que gostaria de saber sobre a vida sexual de Heidegger, mas avisa que não responde sobre a sua. Não conta mais do que datas sobre a sua história com Marguerite Derrida (esposa), mas diz que já falou bastante sobre si mesmo em textos, mesmo que não explicitamente. “Cada um dissimula de um jeito, diz. Mas o meu é diferente”.
dimanche, avril 15, 2007
Out: auto-controle
Eu entendo – faz um momento que entendo – cada vez mais os bêbados, os obcecados. São tão bonitas as pequenas coisas a que recorremos, só porque elas são próximas, pequenas e eficazes. Elas podem não ser as melhores escolhas, mas o caminho repetido até elas é muito forte, porque curto.
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