jeudi, février 01, 2007
Aqui não tá tão frio
A grande conseqüência de ter me mudado pra fora da minha cidade e ter flertado com outras é acabar gostando de todas. Depois da nada breve temporada de três meses em Porto Alegre, começo o meu segundo ano francês com um deslocamento que não me faz querer fugir pra lugar nenhum mais, mas, ao contrário, querer ficar onde eu escolhi não estar.
Excesso de possibilidades à parte, o meu contato com a terrinha foi escasso neste primeiro dia, em que eu chutei o fuso horário e dormi até tarde. Notas de uma chegada:
Bonjour, bonjour, merci, merci. Exageros de politèsse voltam a valer.
Livros para crianças. Segundo os livros dos “porquê” e dos “como”, as crianças daqui costumam se perguntar coisas do tipo “Alguém pode roubar a minha alma enquanto eu durmo?”, “Por que os pais sempre terminam sabendo que mentimos?”, “Por que dizemos que um morto vai pro céu se, na verdade, o enterramos?”.
Queijos. Madam, Chèvre, Cammembert, Nature à tartiner e D’ambert na cestinha do super. Tudo a preço de pobre.
Sol, ou falta de. O último sol que vi foi antes de o avião cortar a nuvem pra aterrissar em Paris. Não parece que vai aparecer nesta camada da atmosfera tão cedo.
Política. Os professores não estão gostando da Ségollene Royal.
Grunhidos. “Eh beh, voilà!”, “Ah, bon, bof. », « Ah bah, oui...” voltam a valer também.
Peer to peer. Baixei quatro discos hoje, entre eles a indicada Madeleine Peyroux, bonitinha. Com a velocidade, veio o primeiro medo de ser presa. Eles começaram a fazer isso, aqui.
Notícias (do umbigo). Decidindo que só dar notícias é argumento suficiente para utilizar um pedaço da web, disponibilizo vídeos e fotos nestes endereços.
http://www.youtube.com/profile?user=Leg0p0
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