Continuo desconfiada de donos de blogs.
Acho a grande maioria que leio muito ruim.
A necessidade de expressão (e o tamanho da blogsfera) fazem coisas bizarras com o critério e o cuidado das pessoas, mesmo que os teóricos digam que a beleza da pós-modernidade está exatamente aí. É um pouco festa de surdo.
Suspeito.
Suspeito que todo blogueiro quer mais é continuar falando sem ter que se perguntar se alguém quer ouvir, quer dar notícia pra gente que por A ou B não faz parte do seu círculo atual de pessoas telefonáveis.
Leio blogs que eu acho ruins só pra me irritar, odeio quem só fala do trabalho e quem só coloca foto bonita.
Ainda assim, eis-me com o meu layout padrão e os post regulares, na mesma maré de exibicionismo, amadorismo e falta de autocensura que todos os meus alvos de críticas. Cada vez mais falta de autocensura, aliás (note que nunca mais deletei um post).
E é um divertimento misturado com insegurança imaginar todos os xingamentos que aquela menina que me viu uma vez só, naquela festa perdida, me joga cada vez que entra no meu blog. Essa ilusão de popularidade pra quem acha popularidade uma coisa muito incômoda é mais um tempero desta bobagem toda. Os maus giros que eu cavo com esse monte de confissões abertas, o perigo da arrogância e a incompreensão infalível passeiam muito por aqui.
Mesmo se fosse um sacrifício manter esta página – o que não é - , valeria a pena tentar só pra lembrar que as palavras estão aí pra serem mal-interpretadas. E, mais do que isso, pra lembrar que cada vez que a gente pensa que escondeu direitinho um pensamento, alguém devolve cristal clear na resposta da nossa fala.
Ah, a normalidade.
Nota: escrevi isto pra descrição do blog e, surpresa, surpresa, o texto excedeu o tamanho máximo.
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