samedi, juin 17, 2006

Uma semana em que eu me convenci de que tinha aprendido a falar italiano

Eu não sou católica. Nem batizada. Uma grande parte da minha família é, entretanto. A minha tia me ligou em novembro (quando eu não tinha nem um mês de Europa) dizendo que eu TINHA que reservar o último fim de semana de maio para comparecer na comunhão da Giulia. Ainda bem. Tivesse esperado as coisas se encaixarem, o dinheiro sobrar e os planos darem pé, esperando eu estaria.

Aí lá fui eu de Eurolines, um meio de transporte que os europeus simplesmente ignoram, só porque tu pode cair num ônibus perfeito como num nem tão perfeito cuja distância entre as poltronas é de 10 cm, pode demorar 19 horas ao invés das já longas 12 previstas para chegar no lugar, pode ser largada no meio da estrada ao invés de numa rodoviária, só porque todas as promoções são mentirosas... Esses detalhes que me fazem sentir, assim, cada vez mais européia.

O destino era Fano, na costa do mar Adriático, o que banha o lado do salto da bota. Cheguei dois dias antes que todo o resto da família e me dediquei a andar de bicicleta, buscar as crianças na escola, acompanhar o preparo e o desenrolar das refeições, sentir o sol na cara. Em suma, experimentar a vida local. O que ficou ainda mais verídico porque eu também tinha que trabalhar, terminando de redigir uma tarefa da faculdade que já estava 20 dias atrasada.

É gostoso estar em volta de gente feliz. Porque aí as coisas viram constatações. Sim, o verão ainda está em gestação e não tem quase ninguém na praia. Sim, a vida é pacata aqui. Sim, este é um lugar muito bonito.

Nesses dias eu conversei com o Marco (marido-da-prima-da-minha-mãe-e-pai-da-comunhanda) sobre como a Itália caiu na teia do Berlusconi, experimentei gelatto com grappa, ouvi o que se pode fazer no sul da Itália quando se é jovem.

Logo, o resto da família chegou e os meus passeios passaram a ser feitos com a Claudia - apresentada no post “Irmã Helvética”, de janeiro -, que adorou a minha companhia na ausência da Lisi. (hehehe, só uma piada, lois).
Como toda praia, Fano tem um “centrinho”, mas ele é medieval, com direito a pedra amaldiçoada por uma bruxa queimada e tudo. E a cerveja era mais barata do que em Paris, évidement.

E no dia da comunhão a festa foi numa vila italiana, morada dos avós. Eu nem sei se isso se diz, mas na minha cabeça “vila italiana” são essas casas de campo entre morrinhos meio baixos, em que a gente enxerga muito verde pra todos os lados, pequenos vinhedos e uma casa de pedra com flores, lugar pra se atirar ao sol e à sombra, mesas grandes de madeira e outras coisas gostosas. Se alguém pensou Beleza Roubada, é isso.

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